O cacique Raoni Metuktire, uma das mais influentes lideranças indígenas do Brasil, tem feito duras críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que ele não cumpriu promessas importantes feitas no dia da posse presidencial.

Raoni declarou que vai “bater na porta” de Lula em Brasília para exigir ações concretas. Ele sustenta que o presidente prometeu “ações em prol dos povos indígenas, para que não existam mais ameaças e violência contra nós” — algo que, segundo Raoni, ainda não se realizou na intensidade esperada.

Um dos pontos centrais da cobrança é a demarcação de terras indígenas. Raoni afirma que muitos parentes ainda precisam de territórios demarcados e estão sofrendo com a violência. Também critica o veto parcial de Lula ao “marco temporal” (PL 2.903/2023), propondo que o presidente deveria vetar totalmente para garantir direitos indígenas.

Na última COP30, realizada em Belém, o cacique voltou a lembrar as promessas feitas por Lula, dizendo: “eu ainda lembro das suas palavras” — em especial, a promessa de demarcar todas as terras indígenas. Segundo ele, embora algumas terras já tenham sido demarcadas, muitas outras continuam pendentes.

Além disso, Raoni destaca que, desde a posse, ele e Lula não retomaram contato sobre essas demandas. Ele argumenta que seu papel é pressionar o presidente para que cumpra o compromisso feito publicamente, especialmente num momento em que comunidades indígenas enfrentam ameaças e violência.

Em suma, a cobrança de Raoni não é apenas simbólica: é uma manifestação de frustração profunda com a lentidão das políticas para os povos indígenas, especialmente no que diz respeito à proteção territorial e aos direitos demográficos. Ele deixa claro que não aceitará promessas vazias — e que está disposto a assumir uma postura ativa para garantir que elas se tornem realidade.